
Quando eu abri meus olhos, tive plena consciência de que esse seria mais um dia sem você. Consegui reunir forças suficientes para pelo menos me sentar na cama. E levantei.
Troquei de roupa, tentei deixar meu cabelo o mais apresentável possível, não obtive muito sucesso. Com a chuva o efeito da chapinha seria contrário. Prendi o cabelo em uma trança e fui na cozinha. Abri a geladeira. Mas você não estava lá dentro com seus braços estendidos dizendo que se arrependeu de tudo e me pedindo para ficar com você, que isso era o que você mais queria; como nos meus sonhos. Droga, você realmente não estava lá.
Eu precisava ocupar a minha cabeça com algo. Você me deixava transtornada. Minha mente ligada a você.
Saí. Não sabia direito onde iria, mas mesmo assim saí. Andando pelas ruas, vendo casais se abraçando. Novamente me lembrei de você. Tudo me levava a você. Tentei me concentrar na música que tocava no meu Ipod. Agitada demais para meu estado de espírito. Eu ainda não sabia onde ir. Já estava andando há uma hora e meia.
Decidi ir para o clube. Lá eu encontraria alguma coisa para fazer.
Mais uma hora de caminhada. Já era hora do almoço, eu não estava com fome. Cheguei no clube e me deparo com mais casais de abraçando. Não aguentei. Tinha plena consciência quando saí de casa que veria isso. Mas parecia que o mundo inteiro dizia 'Hey, ele não te ama. Ele não está aí do seu lado te abraçando.' Já era demais. Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Só me dei conta disso quando uma pessoa tocou minhas costas e perguntou se estava tudo bem. Eu não conhecia quem era, apenas respondi que estava, obrigada. A mulher não estava convencida, mas acho que entendeu qual era meu problema quando viu que eu estava sozinha no parque lotado de casais. Ela se afastou e deu um sorriso.
Eu tinha que voltar para casa. Lá pelo menos eu poderia chorar sem que as pessoas tivessem pena de mim. O caminho foi doloroso mais uma vez.
Consegui chegar em casa sem derramar nenhuma lágrima. Deitei e dormi.
Quando acordei, já eram oito oito horas da noite. No meu celular tinham vinte e duas ligações perdidas e treze mensagens. Todos me chamando para sair. Todas de meus amigos, nenhuma dele.
Ok, seria esperar demais uma mensagem dele. Mas como qualquer garota apaixonada eu tinha esperanças.
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