sexta-feira, 12 de junho de 2009

Cada vez mais (parte I)

Eu acreditava que com o tempo iria me esquecer de você. Que somente o tempo seria necessário para esquecer que eu te amava e que eu precisava de você. De você do meu lado, como antes. E que eu me esqueceria de todas as suas mentiras. Agora percebo, quanta esperança, quanta infantilidade!

Quando eu abri meus olhos, tive plena consciência de que esse seria mais um dia sem você. Consegui reunir forças suficientes para pelo menos me sentar na cama. E levantei.
Troquei de roupa, tentei deixar meu cabelo o mais apresentável possível, não obtive muito sucesso. Com a chuva o efeito da chapinha seria contrário. Prendi o cabelo em uma trança e fui na cozinha. Abri a geladeira. Mas você não estava lá dentro com seus braços estendidos dizendo que se arrependeu de tudo e me pedindo para ficar com você, que isso era o que você mais queria; como nos meus sonhos. Droga, você realmente não estava lá.
Eu precisava ocupar a minha cabeça com algo. Você me deixava transtornada. Minha mente ligada a você.
Saí. Não sabia direito onde iria, mas mesmo assim saí. Andando pelas ruas, vendo casais se abraçando. Novamente me lembrei de você. Tudo me levava a você. Tentei me concentrar na música que tocava no meu Ipod. Agitada demais para meu estado de espírito. Eu ainda não sabia onde ir. Já estava andando há uma hora e meia.
Decidi ir para o clube. Lá eu encontraria alguma coisa para fazer.
Mais uma hora de caminhada. Já era hora do almoço, eu não estava com fome. Cheguei no clube e me deparo com mais casais de abraçando. Não aguentei. Tinha plena consciência quando saí de casa que veria isso. Mas parecia que o mundo inteiro dizia 'Hey, ele não te ama. Ele não está aí do seu lado te abraçando.' Já era demais. Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Só me dei conta disso quando uma pessoa tocou minhas costas e perguntou se estava tudo bem. Eu não conhecia quem era, apenas respondi que estava, obrigada. A mulher não estava convencida, mas acho que entendeu qual era meu problema quando viu que eu estava sozinha no parque lotado de casais. Ela se afastou e deu um sorriso.
Eu tinha que voltar para casa. Lá pelo menos eu poderia chorar sem que as pessoas tivessem pena de mim. O caminho foi doloroso mais uma vez.
Consegui chegar em casa sem derramar nenhuma lágrima. Deitei e dormi.
Quando acordei, já eram oito oito horas da noite. No meu celular tinham vinte e duas ligações perdidas e treze mensagens. Todos me chamando para sair. Todas de meus amigos, nenhuma dele.
Ok, seria esperar demais uma mensagem dele. Mas como qualquer garota apaixonada eu tinha esperanças.

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