quinta-feira, 20 de maio de 2010

Inevitável (parte I)

Manhã de segunda-feira. O dia anterior fora bastante cansativo, estive na casa dos meus avós paternos. Eles viviam em um lugar um tanto quanto isolado do resto do mundo, um lugar onde você encontrava paz em cada partícula de ar, em cada pequeno inseto que habitava a grande área verde, em cada estrela que iluminava o céu. A casa era um tanto quanto simples, mas talvez isso fosse fundamental para se poder encontrar a paz de espírito que se encontrava somente lá.  Aquele lugar sempre me fez sentir livre, como se não houvessem barreiras entre noite e dia, vida e morte.
Como de costume, fui acordada delicadamente por minha mãe. Suas palavras não faziam sentido algum em minha mente, talvez eu realmente devesse seguir o conselho de meus amigos e ir dormir um pouco mais cedo. Minha mãe teve paciência suficiente para esperar-me acordar por completo. Caso ela não esperasse, eu obviamente voltaria a dormir. E sinceramente acho que ela não iria querer perder mais quinze minutos para me acordar novamente.
Levantei-me e vi o céu atavés da janela de vidro do meu quarto. O sol havia acabado de nascer, estava radiante e maravilhosamente belo. Apesar disso, estava frio. Ventava muito, e acredito que essa seja a razão por não existirem nuvens no céu.
Olhei o relógio, 06:05. Ok, eu estava atrasada. Apressei-me, peguei dois pães de queijo na cozinha, corri de volta ao meu quarto e vesti o uniforme do colégio. Eu odiava-o.  Terminei de me arrumar quando já faziam dez minutos que meu pai esperava-me impacientemente.
Cheguei no colégio, e como era de se esperar para uma segunda-feira, nada fora do comum aconteceu.
Quando cheguei em casa, meus pais esperavam-me apreensivos na sala de estar. Não entendi o motivo de imediato. Foi então que eles me deram a notícia. A notícia que mudaria toda a minha vida daquele dia em diante.