sábado, 11 de julho de 2009

Morte

Meus gritos abafados pelo silêncio incomparável e inexplicavelmente torturante. Minha respiração ofegante devido a alguma matéria estranha no ar que eu inutilmente tentava inspirar. O nada, o vazio, um corredor sem fim. Não era nem escuridão nem claridade, nem branco nem preto. Era algo que eu nunca tinha nem se quer imaginado. As lágrimas que escorriam dos meus olhos pingavam no chão fazendo uma espécie de barulho estranhamente hipnotizante. Agonia.

Minha vida passava pela minha cabeça como em um filme. As pessoas. Vivas ou que já haviam morrido não estavam mais em minha imaginação, andavam em círculos ou algo parecido na minha frente. Diziam palavras que não faziam sentido algum, e me atravessavam. Por isso, deduzi que eu estava invisível. Era como um sonho. Ser invisível! Mas aquela altura o que eu mais queria era poder ser visível e que meus gritos não fossem mais abafados por algo que eu não podia ver.
Aquilo não se tratava de um simples pesadelo. Era real demais. O medo tomou conta de mim, comecei a correr sem rumo, sem saber onde chegar. Quanto mais eu corria, maior se transformava o desespero. Sentei e tudo pareceu se acalmar. Foi quando eu não aguentei mais, e meus olhos se fecharam. Para sempre.

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